Eles dizem quais foram os piores presentes e nós ensinamos a reciclá-los

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Transforme boxers em trapos de limpeza, meias em fantoches e reofereça os panos de cozinha à vizinha idosa

Quem nunca recebeu um presente horrível que ponha o dedo no ar. E quem nunca reofereceu uma prenda recebida num Natal longínquo que se acuse.
É que o Natal tem destas coisas: presentes absurdos, absolutamente inúteis ou simplesmente feios. Objectos inestéticos, perfumes de aromas que provocam espirros ou peças de roupa traumáticas.
Perguntámos a várias pessoas quais os piores presentes que já receberam e aqueles que nunca são bem-vindos lá em casa.
Júlio Isidro agradece que não lhe ofereçam gravatas, pijamas e água-de-colónia. Inês Pedrosa também dispensa os perfumes, já que os aromas são coisas "muito pessoais".
Luís Filipe Borges ainda se lembra da camisola de lã tricotada pela avó, de cores impensáveis e um bicho estranho na parte da frente.
Sérgio Rosado ri-se quando se lembra dos Natais em família, desejoso de receber brinquedos e em troca ser brindado, pela avó, com objectos para o enxoval - o sonho de qualquer rapazinho. Mas nada tema, vamos ensinar a reciclar presentes indesejados. Há um mundo de destinos que pode dar às coisas de que não gosta, em vez de as refundir no armário ou de as deitar para o lixo. E não se esqueça: não ofereça aos outros o que não gosta que lhe ofereçam a si.

Júlio Isidro"Gravatas, pijamas e águas-de-colónia. O pijama não me serve e quando é lavado encolhe. A gravata é uma questão de gosto muito pessoal e não gosto de andar para aí com cornucópias. Águas--de-colónia também são muito pessoais, tive algumas que, ao pô-las, achei que ficava repelente. Mas agradeço sempre muito e digo que é excepcional. O problema é não vou dar esses presentes a um amigo. Tenho de procurar um inimigo, mas não tenho arranjado."

Ana Markl "Ainda há pouco tempo me deparei com uma prenda de Natal obsoleta: um jogo de guardanapos de pano. São roxos e estão metidos num saco muito bonito, com um ar exótico, que me parece ser a única razão por que os mantenho religiosamente guardados numa gaveta. Portanto não é que não goste, mas não me servem de nada: os guardanapos de papel são mais higiénicos e não ocupam espaço na máquina de lavar roupa. Já agora, sugiro que se façam também peúgas descartáveis. Não tenciono embrulhar e oferecer os guardanapos simplesmente porque corro o risco de os dar de volta à pessoa que mos deu (que, neste momento, já não me lembro quem é e peço desculpa se estiver a ler isto). Convenhamos, dava mau aspecto."

Ana Bacalhau
"Acho que não tenho tido muita razão de queixa. Nunca recebi nada que me tenha chocado. Mas lembro-me que quando era pequena que não gostava de receber meias. Não achava piada. Os meus pais davam-me outras prendas, mas lá no meio as meias... Eu queria era a Barbie. Não ligava nada às meias, mas a verdade é que precisava delas."

Inês Pedrosa"Gosto imenso de receber presentes. Na minha família corremos cada vez menos riscos, porque fazemos listas e já sabemos o que cada um quer. Não gosto de receber perfumes, porque sou fiel a determinadas marcas e cheiros. O que acontece é que depois não os uso e acabo por dar a alguém da minha família. Não gosto nada de camisas de dormir, por isso se me derem uma na Natal, como já aconteceu, não uso. Cada pessoa tem a sua própria maneira de se vestir para dormir. Com os homens, mais vale apontar as jóias na montra. Por exemplo, gosto de prata e não uso ouro. Se me oferecerem peças de ouro não as vou usar. Prefiro coisas simples. Já me ofereceram uma jóia muito elaborada, cheia de brilhantes, que não uso. Com o passar do tempo tenho sido mais assertiva, por isso as pessoas entendem o que gosto."

Sérgio Rosado
"Acho que é uma coisa que fica na memória das crianças e a mim acontecia-me muito: estava sempre à espera de receber muitos brinquedos... só que a minha avó dava-me coisas para o enxoval. Panos, pratos e coisas do género. E eu queria brinquedos. Claro que acabei por não usar quase nada do enxoval, excepto um prato ou outro, porque ou não se enquadra na decoração que temos, ou não estão de acordo com a casa que idealizamos. De resto, nunca recebi um presente que detestasse."

Luís filipe Borges
"Foi uma camisola de lã feita pela minha avó materna. Tinha várias cores... lembro-me que era verde-escura, preta, vermelha e amarela e tinha um animal muito mal feito que parecia um urso mas também podia ser um cão. Era horrível. Eu tinha a provecta idade de 11 anos e tive de a usar duas ou três vezes, em visitas a casa dela."
Fonte: Jornal i

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